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EAD Soceti - Sociedade de Terapia Intensiva do Estado do Ceará

INÍCIO DA TERAPIA INTENSIVA NO CEARÁ

A história da Terapia Intensiva no Ceará passa obrigatoriamente pela atuação profissional e docente de dois grandes mestres da Medicina Interna e da Cardiologia em nosso Estado: os Professores Drs. José Nogueira Paes Júnior e Célio Brasil Girão. 

Após conhecer Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais do Kansas, EUA, e de inclusive estagiar na primeira Unidade Coronariana criada nos Estados Unidos, chefiada pelo idealizador das ditas Unidades, Dr. Hugh Day, Dr. Nogueira Paes implantou a primeira UTI do Ceará em 09 de janeiro de 1970, com equipamentos adquiridos com recursos próprios, no Hospital Policlínica de Fortaleza, de natureza privada e conveniado ao extinto INAMPS. Tratava-se de uma inovação, sem dúvida. A título de curiosidade, quando da criação da UTI, não havia ainda regulamentação de como pagar os serviços intensivos. Na época, o Dr. Nogueira Paes travou dura e lenta negociação com a direção da Previdência local, conseguindo implantar o critério da taxa de uso do monitor cardíaco, tendo como   pagamento o valor de três eletrocardiogramas por dia, critério este que foi depois levado para negociação a nível nacional. O sucesso da Unidade recém-criada foi imediato mas, por desentendimentos com a direção do Hospital Policlínica, em 1972 a UTI foi transferida para a Casa de Saúde São Raimundo (CSSR). Neste Hospital, o Dr. Nogueira Paes, na qualidade de hemodinamicista, implantou um avançado projeto de integração de Setor de Hemodinâmica e UTI, colocando o serviço como um dos pioneiros do País. Em 1982, o Dr. Nogueira Paes desativou este serviço e inaugurou seu próprio hospital, o Prontocárdio, com uma UTI de 04 leitos exclusivamente cardiológicos, se expandindo posteriormente para 08 leitos e se tornando uma referência para o tratamento das urgências cardiológicas em Fortaleza. 

Praticamente na mesma época da criação da primeira UTI na Policlínica, dois hospitais ligados ao antigo INAMPS também implantavam suas Unidades de Tratamento Intensivo. No Hospital Geral de Fortaleza (HGF), em 03 de março de 1970, foi inaugurado o Centro de Recuperação e Terapia Intensiva (CRTI), cujo primeiro chefe foi o Prof. Dr. Elias Geovani Boutala Salomão. Este serviço foi o primeiro no Estado a contar com o suporte de um rim artificial, trazido para o Hospital ainda em 1970.

No dia 10 de agosto de 1970, o Hospital de Messejana inaugurou sua UTI, dirigida aos cuidados pós-operatórios de cirurgia cardíaca. Chefiada pelo Prof. Dr. Célio Brasil Girão, a Unidade logo se transformou num serviço de qualidade e de formação de plantonistas de UTI. Em 1969, o INAMPS havia elevado o Hospital de Messejana à condição de referência na área da Cirurgia Cardíaca para o Norte-Nordeste do País. A UTI se inseriu neste contexto e foi o primeiro serviço a dispor de gasometria arterial e de monitorização do débito cardíaco   pelo método da termodiluição com o uso do cateter de Swan-Ganz. Dr. Célio Girão chefiou esta UTI até 1974, quando foi transferido para o Hospital Geral de Fortaleza. Posteriormente, no Hospital de Messejana, foram criadas a Unidade Coronariana, em 1988, a UTI Respiratória em 1995 em 1999, a UTI Pediátrica Pré-Operatória em 1999,

Em 1973, o Dr. Nogueira Paes assumiu a Direção do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) da Universidade Federal do Ceará, e imediatamente iniciou gestões com o objetivo de criar a UTI do então chamado Hospital das Clínicas. Em 1975 foi possível inaugurar a UTI, sendo designado para chefiá-la o Prof. Dr. Francisco Paiva Freitas, até 1985, quando foi sucedido pelo Prof. Dr. Fernando Antônio Frota Bezerra. A princípio, os plantonistas eram os residentes de Clínica Médica mas, a partir de 1982, foram contratados médicos plantonistas exclusivos da UTI, geralmente recém-saídos da Residência de Clínica Médica.

No ano de 1974, o Dr. Célio Girão criou uma UTI, agora no Hospital Geral Dr. César Cals. Era mais uma iniciativa pioneira: quatro médicos se associavam para criar um serviço particular dentro de um Hospital da rede pública do Estado. Apesar da modernidade do serviço, a iniciativa não prosperou, tendo a UTI sido fechada cerca de três anos depois, sendo que o HGCC só veio a implantar nova UTI em 1986, a qual, após sofrer profunda reforma em 1999, tornou-se numa das mais modernas UTIs públicas do Estado, contando no momento com 12 leitos intensivos.  

Estas primeiras unidades de pacientes críticos foram responsáveis pela formação de pessoal (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e auxiliares de nível médio) para as próprias unidades e para as UTIs que foram criadas depois, tanto no setor público como no privado. Nos últimos anos, houve uma significativa expansão no número de UTIs, em Fortaleza e no interior do estado, principalmente durante e após a pandemia de COVID-19. Consequentemente ocorreu a segmentação da Terapia Intensiva, com o aparecimento de UTI Pediátrica, UTI Neonatal, Unidade Coronariana etc.

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